Pesquisa, ensino e extensão são as seivas que alimentam a árvore da produção científica. Os pilares e vigas que sustentam o edifício do saber humano. As três dimensões em que se apoiam e se nutrem as civilizações, no pomar historiográfico do conhecimento. Nesse sistema poliédrico do saber, criado pela necessidade e curiosidades humanas, a primeira fase é a pesquisa sistemática. O método científico, pelo qual muitas cabeças de sábios rolaram, vítimas do dogmatismo imperial da classe dominante em toda a história da humana sociedade, na volúpia criminosa do juízo de valor, contra o juízo de prova. Da escravidão à feudalidade, até o capitalismo atual. Da idade antiga à medieval, até à pós-modernidade do hoje, na cronologia do passado e do presente, muitos filósofos foram entronizados com coroas de espinhos, brindados com cálices de cicuta, cremados em chamas lascivas, ardentes. Exilados, torturados, assassinados, desempregados, porque ensinaram o novo, o verdadeiro, o justo. Todos os imolados, o foram em defesa dos povos oprimidos que, hoje, totalizam um terço da população mundial excluída do processo produtivo. O desemprego e a fome que lhes batem à porta no reinado da abundância, sob um capitalismo avarento e mesquinho, contabilizam a miséria das sociedades marginalizadas. Roubam-lhes o pão e a razão, usurpando-lhes o produto do trabalho físico e intelectual. Engessam a consciência da juventude e dos trabalhadores do Terceiro Mundo, pela burguesia imperial através da mídia e da própria escola privatizada, herética, alienante, contra a filosofia socialista no ensino. Em qualquer país periférico sob o regime neocolonial da atualidade, a blindagem contra os pesquisadores da verdade científica, é a mesma. A pesquisa, o ensino e a extensão sob o capitalismo, materializam-se, ainda hoje, em instrumentos de dominação da classe burguesa sobre o proletariado. São produtos de luxo, disponíveis apenas para os filhos da riqueza contra os filhos da pobreza, aumentando ainda mais, a exclusão da massa tiranizada. São filosofias utilizadas na contra-revolução social, fruto amargo do neocolonialismo digital no planeta; presentemente, mórbido, poluído. Desse modo, a pesquisa, o ensino, a extensão e toda a mídia na divulgação do saber a serviço da tecnologia burguesa, ajudam a tomar pelo desemprego, a colher do pedreiro, a caçarola da empregada doméstica, a vassoura da faxineira. Auxiliam a furtar o serrote do marceneiro, a enxada e a semente do camponês pelos transgênicos, o suor dos sem-terra. A destruir a rede do pescador, a flor do jardineiro, o hino e o mapa da escola, a tabuada do aluno, o giz do professor. A passar a mão boba até nos instrumentos de trabalho das casas da Irene. A alienar a consciência do povo, destruir a família, a escola pública, o sindicato, a igreja. Estimular, pela ganância, as drogas, a violência. Em suma, a perversão social. Então, haja imperialismo interventor contra a evolução intelectual, ética e moral do homem "moderno", filhote do ensino mercantil, excludente, competitivo, dirigido, irracional, aético. Sob a atual embrulhada pedagógica privatista, os educadores, em sua maioria, alinhados aos poderes do neocolonialismo na atualidade, eliminando a filosofia socialista do ensino, da pesquisa e da extensão, coadjuvam o analfabetismo funcional na figura dos moderninhos operadores de máquinas sofisticadas, avessos ao livro, à reflexão, robotizados, "evangelizados". Afastam das academias os sábios conscientes e críticos da realidade. Premiam os acéfalos úteis ao sistema. Nessa ojeriza à cultura, robô e homem se confundem na alienação. Qual o mais robotizado, qual o mais humanizado? Quem não for robô não será homem civilizado, muito menos sábio. Então, excluído por "incapacidade".