Dois homens se encontram numa estrada do Alentejo, em Portugal, perto da fronteira com a Espanha, de onde ecoa a guerra civil. Dirigem-se para um destino comum, mas cada qual com o seu fardo: um, carrega o peso da vingança; o outro, uma carga de azeitonas. Entre dois entardeceres, a narrativa avança, sinuosa e inexorável, como uma trilha de formigas num terreno acidentado, uma atrás da outra. E nesse magistral enfileiramento de enredos e personagens, a única constante é o inconsciente gesto para proteger a cabeça — seja da fúria do vento ou da violência humana.