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O fracasso do projeto burguês e os descaminhos da modernidade

O fracasso do projeto burguês e os descaminhos da modernidade

Sinopse

A ideia que se defende ao longo deste livro é que o advento da modernidade, apesar de ser sublimado pela retórica da construção de uma sociedade racional e, portanto, caminhos do bem-estar humano, simplesmente reproduz o projeto original burguês, com raízes nas atividades dos mercadores no final da Idade Média, quando têm origem três princípios básicos, os quais moldam a modernidade na contemporaneidade: a individualidade, a acumulação individual de riquezas e o distanciamento desta do mundo social. No sentido de reforçar os dois primeiros preceitos, a individualidade e a acumulação individual de riquezas, tem origem o terceiro preceito, a proteção da riqueza acumulada a afastando do mundo social. Este procedimento se deu, inicialmente, com a origem das pequenas cidades muradas, os burgos, onde lá moravam os "novos ricos", os burgueses. Porém, este procedimento da guarda da riqueza a distanciando da sua aplicação no meio social, evoluiu com rapidez com a origem e a atuação burguesa dos bancos. Tem alguma diferença em relação aos dias atuais? Para completar a trajetória burguesa, algo importante e necessário para esse segmento social ocorreu, a conquista da hegemonia burguesa, o controle absoluto do conceito de verdade e da institucionalidade, do conjunto de regras, normas, valores e ideologias, com o advento da ciência e do Estado moderno. Assim, o projeto burguês se apropria da própria dinâmica da ação moderna, das ideias e ideologias, da ciência, da técnica, da produção industrial, da acumulação de riqueza, etc. de onde tem origem as "feiuras do ser burguês", quando o matar e o desmatar, em nome do ganho econômico, passa a ser considerada uma ação racional.