Onde a realidade e a ficção se distanciam? Onde fatos contados e registrados mostram apenas a realidade? Não seria a "realidade dos fatos" a interpretação de alguém ou alguns, mesclada à sua posição ideológica de vida, ou registros narrados e capturados por um específico ponto de vista? Sem uma resposta "realmente convincente", o ponto de interseção entre a realidade e a ficção sempre existirá.
Habitualmente, nos esquecemos da história moderna da humanidade, e nos lembramos dos contos e causos passados de geração a geração. Mas por quê? A resposta é simples: os fatos não estão ligados aos sentimentos que só a ficção nos faz vivenciar, quando incorporamos a vida do personagem que nos revela uma postura crítica sobre sua realidade.
Em sua jornada pelos sertões nordestinos e na imensidão do Amazonas, o filho de descendentes de escravos nos leva ao limiar da ficção e da realidade, em uma história apaixonante e reflexiva da vida, dos fatos e do sofrimento pelos quais passou o povo nordestino na época dos anos 1930.
A história do filho de Tinô nos faz viver a realidade misturada à ficção, e nos permite a possibilidade da maravilhosa escolha no que acreditar e em quem acreditar, quando nos mostra que o mundo pode ser muito mais do que conseguimos ver.