Aristóteles deixou-nos o ensinamento de que a política é verdadeiramente praticada através do exercício pleno da cidadania. Para tal, os cidadãos devem ser livres e iguais e dotados do logos, ou seja, das capacidades discursiva e deliberativa. O animal político aristotélico tende a associar-se para a consecução do bem comum e do fim último da polis: a felicidade. Nesse sentido, é o melhor argumento que deve ser instrumento de persuasão quando os cidadãos tiverem discordâncias políticas, sem o uso de força ou violência. Todavia, nos dias atuais, diferentemente do pensamento de Aristóteles, muitas vezes formamos nossos convencimentos através dos veículos de comunicação de massa e é por meio deles que adquirimos uma série de informações a respeito dos mais diversos assuntos que permeiam a nossa realidade. Haveria uma grande influência da mídia na agenda pública, já que através da interferência midiática seria atribuída maior ou menor relevância aos assuntos do momento em uma determinada sociedade. É o que prevê a Agenda-Setting Theory, de Maxwell McCombs e Donald Shaw, que considera que a agenda da mídia muitas vezes é responsável pelos assuntos destacados nas discussões sociais e, consequentemente, políticas. No contexto dessa instigante temática, indagaremos se, de fato, o cidadão contemporâneo exercita plenamente a sua cidadania, exercendo o seu logos, mesmo estando diante do grande poder de convencimento midiático.