Em meio às andanças de Veltchaninov por São Petersburgo, a presença recorrente de um homem de luto passa a atormentá-lo sem que ele compreenda exatamente por quê. Numa das ocasiões, poderia jurar tê-lo visto estender-lhe a mão e pronunciar seu nome antes de ser arrastado pela multidão. Então, certa noite, a peculiar figura surge à porta de sua casa: ele enfim reconhece Pavel Pavlovitch, viúvo de Natália Vassilievna — uma antiga amante. Esse reencontro dá início a um embate emocional e intelectual que, repleto de incertezas, vai conduzir a narrativa por caminhos surpreendentes.
Com sutileza e humor, Dostoiévski oferece um olhar imortal sobre o amor, as relações sociais e a natureza humana. O eterno marido, escrito entre os monumentais O idiota e Os demônios, é cirúrgico – para muitos críticos e estudiosos, mostra o autor russo em pleno domínio do estilo e da estrutura de seu texto. De enganadora simplicidade, o breve romance vai aos poucos se revelando uma das mais puras criações dostoievskianas.