O que faz do climatério e a menopausa, que é a cessação completa da capacidade de procriação, fatores de crise na meia-idade, já que a mulher se encontra diante de novas oportunidades, ficando livre para viver seu erotismo? O que mobiliza algumas mulheres a viverem o prazer da convivência amorosa, enquanto outras adoecem, apresentando uma série de sintomas somatopsíquicos? O percurso dessa pesquisa conjugou três pontos relevantes, que se intercambiaram para se pensar a mulher no climatério: o pathos aqui compreendido como sofrimento e desmesura, necessitando de um outro que se incline nesta escuta, sendo a manifestação hipocondríaca um paradigma; o erotismo, como condição de novas ligações relacionadas a uma ruptura e a cultura enquanto lugar de produção do conhecimento. Partindo desta confluência, pode-se conferir as vivências da mulher e suas transformações em experiência, enfocando o processo de elaboração de seu corpo em transição, mediado pela fantasia e o sonho, marcado pela passagem da libido narcísica à libido objetal. Evidenciou-se de que maneira ela se recompõe diante da irredutível perda da fertilidade, rumo à feminilidade. Essas vivências específicas foram denominadas de Pathos da mulher madura.