A primeira versão do Enem surgiu no ano de 1998 tendo como objetivo, segundo Inep/MEC (BRASIL, 1999) – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Ministério da Educação –, avaliar o aprendizado dos estudantes concluintes da Educação Básica, ou seja, há uma preocupação em diagnosticar a qualidade de ensino do país – questão político-econômica – por meio de uma verificação de conteúdo explícito direcionada aos estudantes. Entre 1998 e 2008 – durante suas edições – o exame apresentou questões aparentemente contextualizadas e interdisciplinares, ou seja, as perguntas não estavam separadas categórica e explicitamente por disciplinas. Estruturava-se o Enem por uma matriz de referências partindo de 5 competências que se operacionalizavam em 21 habilidades. Para cada habilidade havia 3 perguntas, razão pela qual o exame apresentava 63 itens, todos de múltipla escolha com 5 alternativas cada, sendo considerada apenas uma correta. Além das 63 questões de múltipla escolha, aos concluintes da Educação básica ou aos egressos do Ensino médio caberia redigir um texto dissertativo-argumentativo, em língua portuguesa, com base nos fragmentos propostos e vinculados a um determinado tema. Podemos verificar algumas grandes mudanças instituídas a partir de 2009: 1) aumento das questões, de 63 questões objetivas para 180 questões; 2) de um para dois dias de prova; 3) possibilidade de obtenção de diploma de conclusão do Ensino médio; 4) possibilidade de ingresso em cursos superiores tanto em universidades públicas quanto em privadas. Este livro aborda questões político-educacionais que estão na base da constituição deste exame ao longo dos anos de 1998-2020.