Neste livro, sobre cinema e cidade, o cinema é visto como um fractal da cidade. Em Matemática, o fractal é uma estrutura geométrica complexa. As propriedades dessa estrutura repetem-se em qualquer escala. Fractais são objetos e cada parte desses objetos é semelhante ao objeto como um todo. Uma estrutura metonímica. Fractal também assinala uma forma de ver, visão com o máximo de abertura que entrelaça documentário, cinema e cidade com o campo da Linguística Aplicada, da Análise do Discurso Crítica. Nesta análise, a cidade e o cinema estão presentes no manejo da língua(gem) documental, nas histórias de famílias, no corpo das travestis. O cine Jangada, posto como discurso, traz como matéria de reflexão os muitos modos de dizer a cidade. A perspectiva de análise são as representações discursivas sobre o cine Jangada. Nesse cenário, o cinema representa o próprio cinema numa cena metanarrativa que engloba metáfora, ideologia e lugar de fala. O circuito exibidor, nesse panorama analítico, revela as engrenagens econômicas e culturais que circundam o ato de ir ao cinema e a força que um objeto cultural encerra para a compreensão das relações de poder, saber e língua(gem).