Por que o "Sul do Brasil" se autoproclama superior com relação ao restante do país? Quais sujeitos dessa parte da região Sul identificam-se a esse imaginário? Como o discurso do pioneirismo contribui para a invenção desse "Sul do Brasil" (supostamente) mais desenvolvido que o restante do país? Quais sujeitos tal discurso invisibiliza nesse lugar social? Na obra "O discurso do pioneirismo e a invenção do Sul do Brasil", o autor procura responder a essas e a outras questões relacionadas às origens do Sul do país enquanto um lugar social, perscrutando sua gênese euro-etno-cêntrica e indicando possibilidades de narrativa intercultural acerca das origens socioculturais do que, hoje, conhecemos como Sul do Brasil. Mais além da visão limitada e um tanto fantasiosa sobre um sul branco e europeu, a obra explicita as origens interculturais do lugar a partir de sua complexidade histórica e sociocultural, indicando como a produção intelectual de parte desse Sul, sobretudo a literatura memorialística e mesmo as Ciências Humanas e Sociais, contribuíram para a criação desse imaginário de superioridade civilizacional. Para isso, analisa tais produções e toma uma série de intelectuais indígenas de povos originários dessa região como referências bibliográficas para recontar essa história.