Nelson Rodrigues articula sensorialidade, gesto, movimento, dramaturgia corporal e vocalidade na construção do romance-folhetim, a arte-escrita que produz e aciona com seu jogo verbal. Misturando o inteligível e o sensível (a linguagem verbal e a linguagem não verbal), Rodrigues imprime um estilo autoral numa escritura cênica de dimensão melodramática, que promove a espetacularização na narrativa e altera a fórmula do melodrama tradicional. O objetivo deste trabalho é contemplar aspectos dramatúrgicos da prosa folhetinesca de Nelson Rodrigues, evidenciando a importância do campo sensível e da percepção sensorial no seu texto dramático-literário.