Na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul, um psiquiatra – após sua esposa sofrer "uma agressão injusta de um indivíduo radical" – resolve ligar a câmera e desaguar suas impressões comparando "o delírio dos pacientes esquizofrênicos às teorias da conspiração estapafúrdias que drenavam da mente doentia dos bolsonaristas".
Baseando seu discurso em Leon Festinger e "a relação clara da dissonância cognitiva com o abandono da realidade dos radicais da extrema direita", o vídeo de Fabiano Horimoto viralizou e atingiu – em um mês – cerca de 1 milhão de pessoas. Com isso vieram centenas de comentários, entre elogios e incentivos, ofensas e discursos de haters. O livro ""O dia da infâmia e a dissonância cognitiva: um retrato do ódio através da Psicologia"" é o resultado do seu protesto, em "defesa da democracia, do incentivo à Educação e à Ciência". Além de histórias dissonantes, prefácio de Luís Nassif e capítulo do professor-doutor Pablo Jamilk, a obra de Fabiano Horimoto, médico-psiquiatra, professor universitário e escritor, conceitua essa dissonância e analisa a direita radical. Aqui encontramos temas como a linguagem, a criação das narrativas, a indústria de fake news, a política do dog whistle, o agronegócio, o militarismo, o fascismo à brasileira. A obra, além de abordar as mazelas da cultura de ódio que atingiu parcela considerável da população, traz ainda relatos de famílias destruídas por causa de familiares convertidos por um discurso extremista.