Mohammed Iqbāl nasceu em novembro de 1877, na cidade de Sialkot, província do Punjab, atual Paquistão. Filho de Nūr Muḥammad, alfaiate, espírito muito religioso, e de Imām Bībī, alma generosa e sensível. Seus antepassados distantes eram de origem bramânica, convertidos ao Islã.
A tese que ora publicamos preenche um sem-número de demandas relativas a uma poética a um só tempo simples e complexa, forte e delicada, uníssona e plural. Tais páginas representam um mapa, apenas esboçado, para adentrar a oficina criativa do poeta, medir as dosagens de seu laboratório plurilíngue, visionar a dinâmica e a elaboração das obras, em urdu ou persa. Mapa capaz de auferir o raio de sua pesquisa metafísica, o fundamento da percepção e a sinergia de seus elevados patamares, como a "Catedral de Córdoba", o Livro da eternidade e o Six lectures on the reconstruction of religious thought in Islam.
Assim, a tese guarda um núcleo especular, diáfano e sutil, que acolhe um corte biográfico, social e temporal; desvela um círculo hermenêutico entre espera e latência, causa eficiente e final, que é o Islã.