É corriqueiro nas Humanidades em geral, como também em uma parte do senso comum, entender que o ser humano é um ser social. O presente livro gostaria de libertar o ser humano de tal concepção sem perder em nada as relações sociais. Para isso, tendo principalmente como ponto de partida Husserl e Hegel, Marcelo Barros tenta o que chama "relação em si", que é condição para as "relações sociais não tematizadas e tematizadas". Afastando-se do lugar-comum, o autor faz essas conceitualizações que buscam apreender que o ser humano não é um ser social na acepção de que ele se relaciona com a sociedade. O ser humano é a relação em si que permite, por um lado, nomearmos um ser de "humano" e, por outro, um ser de "sociedade". Assim, o humano só tem sentido de ser enquanto relação dialética. Não há, portanto, qualquer ser humano fora ou dentro da relação, ele é a relação. Examinando o modo em que se concebe o que chamou de "relação" e como enfrenta as questões que giram em torno dela, "O desconhecido de si e dos outros" é, também, um trabalho de reflexão interessado em se pôr em dia com os ritmos da sociedade contemporânea e dos movimentos coletivos guiados pelos ideais de emancipação, já que se o ser humano é relação, não existe nada "fora" da relação que nos coloque como realidade humana, então estamos condenados ao engajamento.