A política de Educação do Campo, originada da luta contra-hegemônica e da proposição dos movimentos sociais do campo, está em processo de construção e em permanente disputa, considerado o seu pertencimento a um outro projeto de educação e de sociedade a ser implementado em âmbito da política de educação de Estado. Enfrenta, assim, obstáculos de diferentes tipos, tais como: financiamento, de pessoal, condições operacionais, qualidade e alcance das ações e dos resultados. O momento histórico atual da sociedade brasileira encontra-se sob a hegemonia do capital em múltiplas formas de organização dos meios de produção e da existência, evidenciando-se o posicionamento do Estado na luta de classes atuando preponderantemente como mantenedor dessa estrutura, e em detrimento da promoção das políticas públicas sociais de desenvolvimento humano. As políticas públicas não resolverão unilateralmente o problema das desigualdades sociais, mas considera-se que são importantes para amenizar impactos sociais e da formação humana. Assim, é necessário refletir e conhecer o tipo de incidência que a política de Educação do Campo, proposta pelos movimentos sociais do campo, realiza na implementação da política pública geral e no funcionamento do Estado e, enfim, perceber se essa construção indica a formação de um novo consenso capaz de mover-se em contraposição ao consenso do capital no âmbito da educação. Portanto, é imprescindível a luta pelo acesso à educação de qualidade no campo.