O Cozinheiro de Bangu é o livro de estreia de Wagner Fontoura no campo da ficção e conta a história de seu alter ego, José, um executivo de meia-idade que está reconstruindo sua vida pessoal e profissional na cidade de São Paulo. Através de uma prosa ágil em estilo coloquial, o livro descreve uma fatia de vida que se inicia quando José recebe a notícia de que seu filho mais novo foi preso por tráfico de drogas. Daí em diante, a narrativa desdobra-se em múltiplas peripécias, num fluxo dinâmico e envolvente que faz lembrar os filmes de ação, até encontrar um desfecho intempestivo no dia do julgamento.
Inspirada em fatos da biografia do autor, a história de O Cozinheiro de Bangu foi ficcionalizada e ganhou vida própria, mas manteve o estilo folhetinesco inerente à estrutura do diário que lhe serviu de base.
Muito além do drama provocado pelo acontecimento que vem abalar a estabilidade de uma família de classe média alta, O Cozinheiro de Bangu tangencia questões complexas e muito atuais, relacionadas às atitudes sociais em relação às drogas – lícitas e ilícitas –, à perversidade da política de encarceramento, aos vícios e subjetividades no sistema judiciário, à associação entre organizações criminosas e entidades religiosas, às configurações familiares que escapam aos papéis de gênero tradicionais e aos relacionamentos afetivo-sexuais fora da norma hetero-monogâmica.