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O Corpo no Extremo:

O Corpo no Extremo:

Sinopse

O corpo no extremo. O doente internado no extremo da cidade, na periferia. A violência, a dor extrema, a sensibilidade extremamente diminuída ou a hipersensibilidade, o medo extremo de homens, o exagero da vigilância diante das exigências da vida, o extremo das reações localizadas em extremidades do corpo, a dificuldade extrema para andar. O sentimento de vulnerabilidades extremas: do excesso ou da falta. O corpo danificado, desmielinizado em sua extremidade, no axônio. A histeria manifesta no extremo do aparelho psíquico. As marcas de placas inflamadas nos cantos do sistema nervoso. As escleroses do narcisismo extremado. O corpo entre os extremos do somático e do psíquico. Os doentes de Charcot parecem viver nas bordas dos limites, o que é essencialmente o lugar do extremo. Viver a cronicidade da doença transforma o extremo em um lugar aparentemente normal em curva de análise. Fruto da pesquisa de doutorado da autora, o livro apresenta o tema do corpo estudado por Jean-Martin Charcot em diferentes lócus do adoecimento. Propõe a relação corpo-psiquismo a partir do trabalho com o material inédito transcrito na Bibliothèque Charcot, no Hospital Pitié-Salpêtrière em Paris, de doentes atendidos por Charcot. E aposta que a leitura traga aos interessados "um fragmentozinho de independência e originalidade", parafraseando Freud. A análise dos escritos permite considerar que o do-ente, enquanto ser que caminha para a morte, vive com a presença aguda ou crônica de sintomas somáticos e psíquicos, em que cada um tem s(eu)jeito de adoecer. A experiência singular (do) doente fundamenta a investigação, compreensão, diagnóstica e o tratamento da doença. A doença, seja no século XIX ou na contemporaneidade, habita o humano em latência, em fator de risco ou como determinante na clínica que soberanamente impõe uma compreensão psicanalítica do corpo.