De estudante a fazendeiro e de fazendeiro a peregrino. Rask abandona o lar em busca de uma razão para viver, mas a ação é uma tentativa de violar os princípios naturais de vida e morte: restituir o filho à esposa.
Distante de casa, enquanto um caleidoscópio de paradoxos põe sua sanidade à prova, a Máquina de Sorvete enfim invade seu Taquaral e aprisiona o povo para que entreguem sua localização. Ele precisa lembrar quem é e o que aconteceu.
Os lacres da memória são removidos em camadas e cada qual representa um nível de profundidade à verdade. Quando o último lacre for retirado, a caixa de pandora do passado se abre e Rask irá confrontar um mal primitivo que habita nele.
Um mal que é a chave para desvendar os acidentes envolvendo o filho e sobretudo a guerra na qual seu maior inimigo e aquela que planejou sua destruição são projeções inconscientes de seu pai e sua mãe.
Todas essas circunstâncias são ecos distorcidos de lembranças proibidas que precisam voltar à tona, ainda que lembrar seja um divisor de águas, pois o passado pode ser insuportável.