Atualmente, a relevância da temática "conectividade entre homem e máquina" cresce a cada dia, seja pela dependência entre estes, seja pela imposição da Sociedade em Rede. A metamorfose digital é uma realidade que não se desvincula das novas necessidades sociais, em que a Inteligência Artificial utiliza algoritmos como instrumentos para a resolução de problemas no ambiente virtual. A conectividade humaniza máquinas e robotiza seres humanos, tendo como consequência a dependência destes para a resolução de atividades já impostas pelo inédito formato social. Essa realidade virtual alcança todos os setores, inclusive a economia, que precisa de constante crescimento do consumo para se manter equilibrada. No entanto, como meio de impulsionar o comércio eletrônico, sociedades empresárias utilizam a inteligência artificial para a formação de perfis de comportamento, valendo-se da tecnologia algorítmica para coletar rastros digitais deixados pelos usuários em acessos anteriores ao cyberespaço, para que o comportamento do consumidor seja modulado por intermédio de publicidades direcionadas que comprometem fortemente o poder decisório do ente vulnerável. Assim, esta obra procurou compreender a influência da IA no poder decisório do consumidor, estando este imerso na sociedade em rede, partindo do pressuposto que a vulnerabilidade principiológica deste é utilizada, pela classe dominante, para alcançar objetivos econômicos, olvidando-se da condição humana e transformando-o em mercadoria, sob a vinculação do consumo à felicidade. Para tanto, fez-se necessário analisar a atuação da Lei 13.709/2018, LGPD, especificamente no que tange a tutela dos dados comportamentais do consumidor.