Em meio ao calor abafado de Cáceres, no coração do Mato Grosso dos anos 80, repousa um antiquário repleto de sombras e silêncios. Entre relógios parados, espelhos rachados e bonecos de porcelana que parecem observar, o Sr. Quinzinho — homem de modos elegantes e olhos que pareciam sempre saber demais — mantinha mais do que relíquias do passado: ele colecionava segredos. Após sua misteriosa morte, sua neta Isabela retorna à cidade para cuidar dos assuntos do avô, mas encontra muito mais do que documentos e tralhas. Um caderno encadernado em couro, escondido sob uma tábua solta do assoalho, revela confissões de moradores, pecados enterrados, pactos sussurrados à meia-noite. A cada página, um novo segredo vem à tona — e com ele, as consequências que o tempo tentou enterrar. Enquanto Isabela mergulha nas entranhas do passado da cidade, ela começa a perceber que alguns segredos não querem ser desenterrados. E que talvez, o preço por conhecê-los seja alto demais. O Colecionador de Segredos é uma narrativa sombria e poética sobre memórias, culpa e o poder destrutivo do que é escondido. Porque há verdades que não se enterram. Elas esperam. E cobram.