O boqueio político e intelectual imposto à teoria marxista da dependência no Brasil tem dois pilares: a correlação de forças existente na sociedade e o colonialismo intelectual predominante nas universidades. Neste ambiente podemos observar o “figurino francês”, comportamento muito frequente em certos círculos acadêmicos que se pretendem progressistas e vivem de mastigar e reproduzir, deslumbradamente, a teoria da moda nos Estados Unidos ou na Europa – como se, de fato, tivessem encontrando a pedra filosofal para a solução dos problemas inerentes ao capitalismo dependente latino-americano. Tal comportamento serve para legitimar o perigoso consenso petista-tucano, segundo o qual o Brasil “já não seria subdesenvolvido, apenas injusto”, mas é incapaz de encontrar solução para a dependência econômica da América Latina, fonte real dos nossos problemas. Romper com a teoria liberal, compartilhada pelo consórcio “petucano” e ultra conveniente, é tarefa política e intelectual prioritária.