Londres, 2060.
No pub The Swan, um velho de noventa e cinco anos, solitário e alcoólatra, ocupa a mesma mesa há 15 anos, onde conversa com Benjamim, seu único amigo. O velho e Benjamim representam dois extremos: um que se apega ao passado e, outro, que aceita o presente, com leveza. Da sua costumeira mesa, o protagonista revisita suas memórias, nas quais se sobressai Joana: um amor perdido e jamais superado. A narrativa, salpicada por um estilo lírico, mergulha profundamente na passagem do tempo, na decadência do corpo e na solidão que acompanha o envelhecimento. O cisne é uma reflexão filosófica sobre a condição humana, marcada pela impermanência, pelas perdas e pelas lembranças que permanecem, mesmo quando tudo parece se desvanecer. A escrita é delicada, sensível, capaz de tocar o coração de quem lê. O protagonista convida o leitor a contemplar a beleza e a tristeza do tempo que passa, revelando que, mesmo na decadência, há uma dignidade intrínseca na aceitação do próprio percurso. O cisne emerge como uma ode à memória, à resistência do espírito e à esperança silenciosa de que a vida sempre oferece alternativas.