Quando Tempe Grandim nasceu, em 1947, o autismo acabara de ser classificado como tal. Hoje, estima-se que 70 milhões de pessoas sejam portadoras do transtorno do espectro autista – cerca de 1% da população mundial –, o que faz com que ele seja cada vez mais conhecido e discutido. Os estudos da área também se transformaram nos últimos anos: passaram da psicologia à neurologia e à genética, e, graças a novas pesquisas revolucionárias sobre as causas e tratamento, há cada vez mais esperança.
Neste O cérebro autista, Temple Grandin apresenta, com Richard Panek, a vanguarda da ciência sobre o tema. Ao mesclar novas e surpreendentes descobertas com a sua própia experiência como autista, evidencia os avanços da neuroimagem e da pesquisa genética – que ligam o funcionamento do cérebro ao comportamento humano – e compartilha conosco suas ressonâncias cerebrais para mostrar quais anomalias podem explicar os sintomas mais simples. Grandin também destaca transtornos sensoriais frequentemente desconhecidos e o poder transformador de tratar o autismo através de cada um de seus sintomas, em vez de agrupá-los todos sob o mesmo diagnóstico. E, de forma animadora, argumenta que a educação de crianças autistas não deve centrar-se apenas em suas fraquezas, uma vez que os estudos revelam que elas têm pontos fortes por muito tempo ignorados, o que multiplica as formas de aproveitar suas contribuições únicas.
Somos apresentados a cientistas e estudiosos que exploram teorias inovadoras sobre as causas do autismo e sibre a melhor forma de diagnosticá-lo e tratá-lo. POr meio da observação de casos que vão desde os "Aspies" do Vale do Silício até uma criança não verbal, Grandin compreende o real significado da palavra "espectro", o que faz deste livro uma leitura essencial sobre o assunto.