O Casamento de F Kafka e A Frank foca variadas convergências entre 3 autores com obras literárias célebres dos séculos XX e XIX: de Anne Frank (O Diário de Anne Frank, 1947), Franz Kafka (A Metamorfose, 1915) e Mary Shelley (Frankenstein ou o Prometeu moderno, 1818), esclarecendo a relação desses livros com a segunda guerra mundial e o desenvolvimento do amadurecimento do personagem central da trama de cada um desses 3 livros. Cada livro com a sua própria índole, mostrando uma provação em particular. Sinto o amor que poderia ter surgido entre Anne Frank e Franz Kafka, de um (im)possível mentor e uma musa entusiasta da literatura, a qual - ainda que não tenha podido exercer a sua liberdade por ter morrido muito jovem, aos 15 anos de idade - conseguiu um recorde notável com o seu livro O Diário de Anne Frank , que vendeu mais de 35 milhões de exemplares. A narrativa de O Casamento de F Kafka e A Frank salienta também a importância de escrever um Diário como uma forma de busca de equilíbrio, que pode potencializar o autoconhecimento daqueles que estão enfrentando uma posição difícil. O personagem Gregor Samsa de Franz Kafka (em A Metamorfose) se encontrava torturado diante do prenúncio de uma grande autotransformação, que poderia ser transformar-se em um inseto ou apenas em alguém tão comum quanto a um inseto, sob um fraque que lhe fazia sentir original, mas indefeso, na realidade. O autor Franz Kafka mostra o quão importante é escrever, pois é um modo de fazer um espaço para a transformação, e poder entregar-se, a despeito de todas as contrariedades, a esse momento de busca de um novo ser dentro de si. O livro A Metamorfose de Franz Kafka reafirma que é natural passarmos por transformações, mas é importante conseguir ver para onde a(s) transformações estão nos levando. Já a história de Mary Shelley exibe a fragilidade do homem comum e da população diante do pesadelo de armas enormes usadas nas guerras. Por trás da criação do gigante Frankenstein, há o medo de não conseguirem defender-se de grandes armas que começavam a ser elaboradas para a destruição em massa no começo do século XX. O próprio gigante Frankenstein quer gritar, Eu não sou o problema! , no entanto, um povo acostumado entre batalhas, lutas, guerras, não acredita que aquele gigante não queira aproveitar das vantagens de ser enorme. Frankenstein, ou o Prometeu moderno, mostra como o ser humano é capaz de fazer grandes e espantosas máquinas, mas que ainda não procura ser leal ao próximo, e usará todas essas máquinas apenas para a sobrevivência da elite e o terror do povo. A convergência aqui é que esse livro foi escrito por uma moça de 19 anos de idade! Uma jovem, assim como Anne Frank, sentindo a chegada irremediável de uma luta contra algo grande, criado pelos cientistas, como foi o caso do monstro Frankenstein. Não sabem por que criaram o monstro, porque tampouco querem saber por que o homem foi criado! O livro de Mary Shelley é uma crítica à ciência que é capaz de experimentar fazer um novo homem de remendos de peles de cadáveres, mas não se preocupa em ouvir ele, cuidar dele, nem mesmo diante do desespero desse monstro ao compreender que foi criado para provar a inteligência da ciência. Seguindo o Diário de Anne Frank, podemos passar pela passagem secreta de uma biblioteca para conhecer um pouco de cada um dos 8 integrantes do Anexo Secreto de Anne Frank, e como foi transformada a vida desses oito judeus devido a perseguição à sua religião judaica na Europa no período da segunda guerra mundial. Otto e Edith Frank, Margot Betti Frank, e a família Van Pels e o dentista Friedrich Pfeffer estão presentes nesse casamento místico do famoso escritor judeu tcheco Franz Kafka e da famosa escritora Annelies Marie Frank, que mesmo limitados aos seus quartos, podem sentir a presença um do outro.