ÉBRIA PAISAGEM Molha em cada beco Num trago, a goela, Em escura viela Cai num baque seco. Num resmungo passa O seu canto mole E o sonho encolhe No vazio da taça. Vai em ziguezague, Como a vida sua Despojada e nua Pede a alguém que pague A pinga no prego Carência insinua Cambaleante e cego Sonho amanhecido Ao rés das calçadas, Restam suas pegadas Das mágoas guardadas Num bar esquecido.