A capital da província mais ao sul do império brasileiro é ocupada por rebeldes. Começa uma guerra que vai transformar a cidade e mudar a vida de seus habitantes. Uma contra-revolução legalista comandada pelo Major Marques de Souza devolve à cidade ao comando imperial. Tem inicio o cerco à cidade, são bombardeios e investidas por terra e por água, é impedida a entrada e a saída de mercadorias, a população sofre com as agruras da guerra e as situações de combate chegam próximas às residências. No cruzamento das ruas Direita e Da Ponte – atuais David Canabarro e Riachuelo - foi erguido um vistoso solar – atual sede do IAB-RS -, nele moram o Comendador Israel Soares de Paiva e sua esposa, Belmira, e do mirante do solar são feitas observações de guerra. Próxima dali, ainda na Rua Direita, a bodega dos Madeira, nela Francisco, Ana e o filho Antônio interagem com os demais personagens desta história de ficção e realidade, em dramas pessoais que se misturam com os fatos de uma época pouco lembrada pela cidade. Antônio Madeira transita pelas ruas, pelo cais, pelos quartéis, prisões e trincheiras, conhecendo e aprendendo com a guerra e com a vida adulta que se apresenta nas experiências e decisões de cada dia. É jovem e, como sua cidade, deve fazer a escolha entre ser liberal e republicano, como são o professor Coruja e familiares de sua mãe no interior da província, ou ser conservador e imperial, como são seu pai, português e comerciante, e o major Marques. Entre 1836 e 1838, Porto Alegre tem pouco mais de sessenta anos e desde sua origem é protegida por uma rudimentar estrutura de defesa, Antônio beira o vinte, não usa arma e não anda a cavalo, vêem-se engajados em um conflito que faz-se presente e dita fatos que um dia serão contados pela história. Na aristocracia Antônio encontra Teresa, na periferia está Catarina, e na cidade estão seu presente e seu futuro, a se apresentarem na eminência dos dias de guerra, na ambição do aprendizado e do trabalho e no pulsar da vida e do coração.