Este livro apresenta a história de alguém que vivenciou o que muitos chamam de "a doença do século". Sendo uma autobiografia, a obra abrange diversos momentos da vida de Elaine Rodrigues, uma jovem mulher que, com cerca de 30 anos, no auge de uma vida aparentemente feliz e realizada – com um lar confortável, marido e filha e com uma profissão definida; viu-se assombrada por aquilo que nem mesmo ela julgava existir: a depressão. Em "O caderno da capa vermelha", Elaine narra sua trajetória de luta para vencer uma dor que de forma crescente e inexplicável a corroia dia após dia, fazendo-a, inclusive, tentar por mais de uma vez tirar a própria vida. No entanto, embora esta seja uma história marcada pela dor e pelo sofrimento, é também uma história sobre a força da vida, sobre superação. Assim, a narrativa possibilita ao leitor muitas reflexões, principalmente pelo fato de ser contada a partir do ponto de vista do próprio depressivo. Mas também por que mostra que o fortalecimento dos laços com quem se ama – com a família e principalmente consigo mesma – e a ajuda profissional são imprescindíveis para a superação desta doença. Em resumo, o que os vinte instigantes capítulos desta obra mostram é que por mais temerosa que possa parecer a noite em que se vagueia, por mais infinito que possa parecer o poço no qual nós ou quem amamos tenhamos caído, há saída! Não é à toa que um dos mais importantes cientistas da atualidade, Steve Hawking, ao discursar em janeiro de 2016 no Royal Institute, em Londres, na Inglaterra, relacionou sua teoria dos buracos negros à depressão e concluiu: "se você sente como se estivesse em um buraco negro, não desista. Sempre existe uma forma de sair".