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O Bruxo Do Cosme Velho

O Bruxo Do Cosme Velho

Sinopse

Ele não era do tipo que se dissolvia em êxtase antes de um pôr do sol maravilhoso ou se elevava ao empíreo nas asas da música; para tal autoabandono, ele era muito crítico, muito autoconsciente. Nele, então, como poeta, não devemos buscar paixão. Em seus contos não devemos procurar ansiosamente por ação; em seus romances não devemos esperar aventura, intriga, clímax. Machado de Assis é, até onde o homem pode ser, sui generis, uma lei literária em si mesmo. Suas melhores produções, que duram mais de trinta anos de atividade madura, revelam um espírito eclético em que algo do repouso clássico equilibra seu pessimismo inato. Foi escrito sobre ele que era "um homem de meios tons, de meias palavras, de meias ideias, de meios sistemas...". Tal estimativa, se expurgada de quaisquer insinuações depreciativas, é, no geral, justa; se Machado de Assis pareceu perder a verdadeira grandeza, foi por algo inerentemente equilibrado em sua constituição; ele nunca se deixou levar para longe, e, portanto, nunca se afastou de nós. Com sua mistura peculiar de charme melancólico e doce amargura, ele era um espírito grande demais para ser aprisionado em um círculo estreito de interesses exclusivamente nacionais, daí o grito de alguns críticos de que ele não era um criador nacional. Monumentos para pessoas como ele são monumentos para as aspirações mais elevadas de quem os cria, pois os grandes não precisam de estátuas.