A quimera do personagem, não era uma fera com cabeça de leão, corpo de cabra e rabo de dragão. Em seu sonho quimérico, casualmente ele teria deparado com uma dessas lâmpadas "mágicas", que com o calor do toque das mãos ao ser esfregada, libertaria um gênio, e este o concederia três pedidos, que por mais absurdos que pudesse parecer, não haveria de ser uma surpresa, nem grande problema para um ser dotado de poderes mágicos. Naquele momento sentia uma vontade irresistível de deparar-se com a criatura imaginária, o ser mágico, e esse lhe concedesse os pedidos aos quais teria direito, por ter sido o seu libertador. Na realidade já havia pensado nesse gênio, com a intenção precípua de lhe pedir um retrocesso no tempo, e retroagir há épocas distintas de sua vida. E ali pensando retroagiu e viveu a magia como se tivesse existido a possibilidade de ser atendido pelo gênio. Estava levando sua vida meio sossegada, sem querer plagiar a Rita Lee. Estava cansado de sombra e água fresca, como não tinha pai para dizer: "filho, você é ovelha negra da família , ou que era hora de assumir qualquer coisa, ele pensava no agito que era a sua vida na infância, e uma coisa não lhe saía da cabeça: queria retornar àqueles tempos excitantes, e de total incerteza. Já fazia algum tempo andava pensativo, meio alheio aos acontecimentos e desejoso de retroagir no tempo. Quem sabe seria o peso da idade, o cansaço, a falta do ímpeto juvenil. De fato ele procurava um jeito, uma maneira de se transportar aos tempos de luta que lhe impulsionava a alcançar objetivos. A idéia era retroagir literalmente, reviver um determinado período da vida, com a mesma intensidade e os mesmos riscos, reviver as mesmas experiências, as mesmas emoções, sentindo as mesmas dores, chorar as mesmas lágrimas sentindo as mesmas angústias e as mesmas alegrias.