Quem foi Hugo Chávez? Por que falava tanto em Simón Bolívar? Por que angariou tanta popularidade? Seu jeito excêntrico o definia como líder político? Estes questionamentos de leitores curiosos podem começar a ser respondidos neste livro.
Enquanto figura política, costumava despertar extremos: era alvo tanto de críticas vorazes quanto de defesas efusivas. A complexidade em analisar a era Chávez na Venezuela aumentou porque o principal sustentáculo simbólico de seu regime foi o culto a Simón Bolívar, herói da Independência venezuelana que ao longo do tempo foi receptível a inúmeras interpretações. O culto a Bolívar, denominado de Bolivarianismo, se converteu no principal instrumento de manipulação das massas na Venezuela. Chávez soube fazer uso deste culto com uma intensidade poucas vezes vista na história. Esta busca pela identificação de líderes políticos com Bolívar, por meio do uso simbólico de sua espada, os tornava mais capaz de imitá-lo. Com Chávez isso se repetiu. Eram constantes suas aparições empunhando a espada de Bolívar. Ficava em pé apontando-a para o céu diante de uma multidão de fervorosos apoiadores. Em seus últimos dias de vida, a espada de Bolívar também lhe foi útil, servia de suporte ao chão para manter a postura menos arqueada, pois já estava abatido em virtude do avanço do câncer. Compreender o ?Bolívar de Chávez? é essencial para saber como este dirigente conseguiu vencer todas as eleições presidenciais que disputou. Tratado como mais um líder latino-americano excêntrico, este tipo de visão impede de ver a complexidade do processo. Convido, portanto, a ler este livro, escrito com carinho, visão crítica e ampla pesquisa.