O pensamento nunca foi linguagem de fácil compreensão. Marcelo, encurralado em sua torrente de angustias e inseguranças, aprende, aos poucos, a importância de olhar com cuidado para a saúde mental. Em uma intensa trilha, importunada por medos e preconceitos, as palavras são engolidas com aspereza e, à procura de conforto em frases amigas, fazem voltas no estômago. Com uma condução jovem e ágil, O Barulho do Trem não só reforça o protagonismo do diálogo, como também evidencia, com sutil clareza, o impacto das nossas pequenas ações no cotidiano de quem amamos. Por fim, a expectativa que se constrói coagula os receios e, sem percebermos, empilha-os até a garganta. Entalados e, na tentativa de dissolver tal peso, afogados, resta apenas um questionamento: o Barulho é ensurdecedor ou reconfortante?