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O autismo como estrutura subjetiva

O autismo como estrutura subjetiva

Sinopse

O que a autora oferece à leitura é fruto de seu intenso esforço em registrar o que sua prática com crianças, efetivamente clínica, lhe transmitiu. Assinala-se que ela não trata das crianças conformadas aos ideais sociais, mas, justamente, aquelas que desde a primeira infância se contrapõem a padrões de normalidade perseguidos pelo discurso vigente. Cirlana propõe considerar algumas apresentações pelas quais a linguagem pode incidir numa modalidade de corpo, conjugando-se na estruturação de um sujeito qualquer, focalizando formas surpreendentes. Assim, a autora se dedica a destacar, nos autistas, os efeitos paradoxais incomensuráveis que tangenciam certas operações de linguagem que se redobram sobre ela mesma para negá-la, assim, perpetuando-a. A densa trajetória aqui tramada fisga o leitor, exigindo interesse e esforço, posto que convoca o clínico a transitar por uma constelação tensionada por conceitos pouco tratados que resistem à biunivocidade e ao mero encobrimento. É o que acirra o necessário debate sobre o furo da linguagem que, num só tempo, mantém-se incluído e em exterioridade a ela. Angela Maria Resende Vorcaro