Em seu livro "O Anticomunismo Fardado", o historiador André Gustavo da Silva busca investigar como se deu o processo de surgimento e desenvolvimento de representações anticomunistas na Polícia Militar de Minas Gerais. O autor parte do pressuposto de que, a partir de meados da década de 1940, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) promoveu sua reestruturação orgânica que pretendia, dentre outras estratégias de ação política, infiltrar seus militantes em diversas esferas do mundo do trabalho, com o intuito de doutrinar e cooptar novos adeptos para as fileiras do partido. Dentre as categorias visadas pelo PCB figurava a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), cujo Comando teria identificado a presença de militantes comunistas em seus quadros a partir de 1947. Essa militância política de esquerda exercida por parte de alguns policiais militares foi imediatamente combatida e reprimida implacavelmente pelo Comando da PMMG, que vislumbrou em tal militância uma tentativa do PCB de minar e destruir os princípios de hierarquia e disciplina dentro de seus quartéis. A atroz perseguição e repressão sofrida por aqueles policiais militares comunistas é o principal assunto deste livro.