O livro intitulado "O Adolescente Surdo e suas Relações Interpessoais e Afetivas no Contexto Escolar" é uma contribuição incontornável para o debate sobre a inclusão social e a educação de surdos. O livro traz como proposta o desenvolvimento da pessoa surda articulado com a emoção e inteligência. Será que essa proposta se efetiva? Para buscar a resposta, oito adolescentes surdos são entrevistados e os desabafos e desafios desse grupo são registrados. Um dos desafios é a barreira da exclusão e para superá-la é necessário considerar que todas as pessoas, com suas diferenças e diversidades, são cidadãs, gozando de todos os direitos humanos e dos direitos sociais, culturais, econômicos, políticos. Para assegurar esses direitos é que a Escola precisa se adequar a essas pessoas por meio de condições objetivas para superação de barreiras específicas. O livro abre os olhos para se ouvir os surdos no ambiente escolar, indigitando barreiras de exclusão e possibilidades de inclusão, com uma visão crítica da "escola deficiente", que aponta para as dificuldades existentes nesse espaço, a saber: ausência do bilinguismo Português/Libras, de um processo de comunicação afetivo, de respeito à identidade do surdo, de reconhecimento da alteridade e da subjetividade. A interação entre adolescentes propicia a amizade entre ouvintes e surdos, sendo a indiferença, o preconceito, a inadequação e a falta de formação do pessoal em Libras questões que precisam ser incorporadas no debate da inclusão.