Em seu nono livro, o poeta exibe os versos que compôs no conturbado período entre 1989 e 1992, tendo a própria poesia como personagem principal, esse esquisito hábito de fazer poemas, os escritores que o influenciaram, enfim, o que chamam de metalinguagem , fase pela qual todo poeta passa, ao questionar a si mesmo o porquê de deitar seus incômodos espirituais em um papel e depois partilhá-los com estranhos. Mas o autor não ficou alheio ao que se passava no mundo e no Brasil à sua volta: o governo Collor, a queda do Muro de Berlim, o gradual processo de informatização da sociedade, nada disso passou em branco e compôs o pano de fundo das questões literárias e existenciais que o poeta viveu, sentiu, registrou e que agora deseja dividir com as novas gerações.