A taxa de crescimento constante de matrículas na educação superior, fruto de contribuições das políticas públicas "de inclusão" adotadas no Brasil nas últimas décadas, como também da privatização exacerbada que a legislação brasileira tem possibilitado, não resultou em um processo de democratização, mas sim em um processo de massificação caracterizado pela mercantilização e privatização desse nível de ensino. O acesso foi facilitado e a população de estudantes de graduação tornou-se heterogênea sob o ponto de vista socioeconômico e cultural, o que representa um avanço civilizatório. Entretanto, as possibilidades de acesso, antes não existentes, não têm se traduzido em condições formativas semelhantes: o caráter elitista da educação superior continua vivo. Ao lado das "fábricas de diplomas", convivem instituições que oferecem educação superior de qualidade voltadas apenas para uma elite que consegue acessá-las. Por outro lado, considerando os níveis de escolaridade dos brasileiros, permanecer e concluir com êxito um curso superior, mesmo de qualidade questionável, também é algo possível apenas para poucos. Este livro apresenta análises desse cenário sob diferentes olhares.