Temos como objeto de pesquisa as representações do cotidiano dos migrantes quixadaenses sobre São Paulo. Partiremos da análise de entrevistas realizadas com um grupo de homens e mulheres que, entre os anos de 1973 a 2001, emigraram e retornaram à Quixadá. Das veredas que percorreram, retalhos de suas histórias nos chegaram atualizadas, inclusive, as correspondências que encontramos: selecionadas e arquivadas com o tempo. Utilizaremos estas missivas, pertencentes aos migrantes, também como fontes. Assim, mediante a tais evidências escritas e orais, formulamos três questões: o que representou a experiência da migração para os nossos entrevistados? Quais as possíveis motivações de suas partidas? E, por que retornaram de São Paulo e passaram a morar novamente em Quixadá? As respostas serão mostradas em fragmentos, por meio de indícios deixados na estrada da vida, podendo revelar-nos subjetividades e sensibilidades, acontecidas numa migração. Comparando e contrastando as fontes, tendo como perspectiva a História Cultural, visamos compreender, partindo das representações, histórias sentidas e vividas, tessituras sociais, assim como um processo migratório reeditado pelas memórias dos quixadaenses.