A obra analisa a representatividade feminina na reitoria, discutindo as possibilidades de um protagonismo das mulheres em lugares de poder nas universidades a partir da experiência de Nadir Gouvêa Kfouri (1976-1984) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. As gestões de Nadir notabilizaram-se pelo pioneirismo quando da sua nomeação (1976) como a primeira mulher a ocupar a reitoria em universidades católicas no mundo e, quando do segundo mandato (1980), ao ser reconduzida ao cargo através da primeira eleição para reitor – nesse caso, reitora – realizada entre as universidades brasileiras. Dado o fato de ainda existirem poucas mulheres ocupando o cargo citado no país, propõe-se averiguar como as memórias acerca da reitoria de Nadir na PUC-SP foram mobilizadas como marco de expressivas transformações da universidade, forjando-se com o processo de democratização da universidade em plena vigência da ditadura civil-militar. Além disso, o estudo tem por objetivo problematizar as hierarquias de gênero nesse lugar institucional e, especificamente, no que tange à elaboração da narrativa que a própria Nadir fazia sobre sua trajetória profissional.