A paixão parece a cidade em seu movimento, caótico. Uma paixão nunca pressupõe a calma de um lago, um entardecer em uma praia, um vento bucólico em uma colina verde, sempre verde, enfeitada de carneirinhos, como uma linda pastora Marília. A paixão parece mais com o trote de cavalos, o rufar de mil tambores, mil buzinas, mil estrondos de motores de automóveis. As ninfas de Natália Nolli Sasso não são simples deusas da arte do amor, elas se assemelham mais com arautas, valquírias da paixão, atemorizantes, cheias de fogo de vida, sem tempo para os detalhes dos acontecimentos. As Ninfas do Tietê transam no meio da rua, acendem um cigarro, quebram uma garrafa de cerveja para se protegerem de bêbados pilantras. Caso você queira adentrar as marginais que te levam até as águas das Ninfas do Tietê, não lhe será garantido segurança alguma, nem lhe será oferecida águas claras de uma inocente menina Narizinho. Aqui não há princesas nem príncipes, há apenas Ninfas bélicas, belas, potentes, como uma canção de rock.
Talles Azigon, ninfa de outras marginais.