Ao tomar como ponto de partida o pensamento econômico-político clássico em que predomina a racionalidade instrumental, Hayek reelabora-o em 1944, transformando-o na filosofia neoliberal, que se espalha pelo mundo inteiro desde o final da década de 70. No caso brasileiro, o neoliberalismo difunde-se através do Consenso de Washington, isto é, um receituário de recomendações e aplicações que devem ser implementadas nas esferas econômica, política, social e cultural, ressurgindo com vigor extremado a importância do mercado, como único regulador da sociedade, abstraindo-se o Estado de seus deveres, nomeadamente as chamadas políticas sociais. Assim, a educação perde a sua característica histórica como sinônimo de integração e inclusão social, passando a ser percebida pelo sistema neoliberal como "serviço não exclusivo do Estado", ou seja, como mais uma mercadoria que, sob embalagens diferentes, não discute questões inerentes à cidadania, democracia e justiça social, passando a existir para a satisfação das necessidades e vicissitudes do mercado.