Este livro propõe investigar apropriação do pensamento artístico do pintor italiano Frei Nazareno Confaloni (1917-1977) e sua atuação no contexto da modernidade em Goiás a partir da década de 1950, observando sua relação com os intelectuais ligados às instituições culturais do Estado, e consequentemente com os projetos de renovação artística, característica do ambiente artístico goiano do início dos anos de 1950. Parte do entendimento de como a crítica de arte interpreta o conjunto da obra do artista italiano radicado no Brasil, investiga a apropriação de Confaloni como ícone de modernidade e o associa ao mito fundador da Cidade de Goiânia. A autora aborda as questões que tratam de modernidade, modernização e modernismo como pontes para o entendimento do projeto moderno do Brasil, considerando como ponto principal o conceito de modernização conservadora com ênfase no cultural. Para tanto, observa o contexto de modernização da cidade de São Paulo durante a primeira metade do século XX para que se possa repensar a forma como Goiás assumiu os reclames de modernização nos idos dos anos de 1950 e 1960. Analisa a conjuntura das primeiras décadas da construção da cidade, as atividades relacionadas à criação da Escola Goiana de Belas Artes (EGBA) e o debate de intelectuais e artistas em torno de uma campanha modernista, na qual Confaloni é peça fundamental na construção do discurso do novo fundado em bases culturais. A partir de uma ideia da sacralização do humano e da humanização do Sagrado no pensamento artístico de Nazareno Confaloni faz uma interpretação analítica de suas obras baseada em acontecimentos históricos, explorando as tensões entre sua formação religiosa e artística, confrontando-as com os movimentos artísticos europeus e brasileiros e o pensamento religioso e sociopolítico na América Latina. Para além de sua construção como artista inaugural moderno, a pesquisa aponta as apropriações de Confaloni da conjuntura brasileira e latino-americana, avaliando-as como fundamentais para sua constituição como religioso e como artista.