Nas malhas da consciência busca esclarecer o caráter disforme e misterioso da Inquisição ao estudar seus meios de ação e perceber como o tribunal fez, ou tentou fazer, para chegar à consciência daqueles que estavam sob sua jurisdição. Conectando a história da instituição à história das práticas e do sentimento religioso, o historiador Bruno Feitler estuda o funcionamento local do Santo Ofício, seus mecanismos de representação, e por que não dizer, de propaganda, postos em prática pela Inquisição no Brasil da época moderna.
A partir da história da perseguição aos cristãos-novos no Nordeste, o autor mostra em detalhe o sistema que ia da distribuição de editais da fé em diversas localidades do território pernambucano até a transferência de presos para os cárceres inquisitoriais em Lisboa. Chega-se àquilo que o autor designa "matéria-prima" sem a qual o Santo Ofício não poderia subsistir: as denúncias.