O livro EXPERIÊNCIAS E MEMÓRIAS DE ORIENTADORES ESCOLARES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: NARRATIVAS EM DIÁLOGO apresenta uma pesquisa realizada com as primeiras orientadoras escolares de centros de educação infantil, na Rede Municipal de Ensino de Petrópolis – RJ, propondo um diálogo com os sujeitos a partir de suas memórias. Narrar o vivido possibilita o compartilhamento em um diálogo coletivo acerca daquilo que lhes tocou, atravessou-os e, por isso, transformou-os (Larrosa, 2002), e escutar e registrar as experiências, participando desse diálogo, é uma forma de não deixar morrer a narrativa. O narrado traz contribuições para ampliar o conhecimento sobre a função de orientador escolar e o trabalho de formação continuada nas instituições, pois é uma forma importante de produzir conhecimento, porque feito no vivido. As narrativas de professores para a produção de conhecimento vêm ganhando espaço, uma vez que são compreendidas em suas singularidades e produzidas a partir de seus contextos. Ao narrar, é possível refletir e indagar, possibilitando aconselhar outros sujeitos a partir da experiência. No lugar de predizer formas de se fazer, o diálogo com as diferentes vozes buscou a compreensão da trajetória de um trabalho, e a mim coube a responsabilidade de elaborar o texto que trouxe a polifonia, narrando o encontro das memórias daqueles com quem compartilho ou compartilhei a vida, dialogando por meio de cartas pedagógicas. "Dar escuta" a esses sujeitos únicos, registrando suas memórias, valorizando suas experiências, destacando o valor da comunicabilidade da experiência, destaca o que diz Walter Benjamin: "a experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram todos os narradores". E por isso, permutando experiências, os sujeitos que participaram do estudo apresentaram alguns conselhos aos "jovens" orientadores escolares na tentativa de construírem saberes a partir daqueles construídos na prática, num importante processo formativo.