Falar de Adoniran Barbosa é falar de uma parte – uma grande parte – da história da cidade de São Paulo. Eu me refiro especialmente aos sentimentos de uma gente que, aos poucos, foi perdendo o seu espaço em função de um acelerado processo de urbanização e de desenvolvimento industrial. Não me refiro apenas à perda do espaço físico, mas também do espaço emocional, de livre expressão e de preservação das memórias. A perda daquele tempo em que era possível se sentar e conversar com a vizinhança calmamente na calçada.