Há muito que a literatura guineense ansiava por uma obra inebriada de ousadia de nos fotografar a alma. Bebe das nossas singularidades – Esse Ser Colectivo – e nos amarra nos dramas abrigados na vida sobrevivida. Não havia trânsito apresenta-nos uma escrita despudorada, que faz, das palavras, linhas cosidas de um pano legós inundado de cores quentes, alegradas nos choros escondidos de um verdadeiro Contador de Estórias. "Abdelaziz coloca, mais uma vez, o seu país e a sua cidade no mundo. Faz da literatura, um manifesto de existência. Diz nós também desenhamos traços deste mundo , numa escrita assumida, atrevida e humanista. Obriga-nos a decifrar os não-ditos, em ditos plenos de contemporaneidade, reveladores de obscuridades, silenciadas pelas vozes altas de uma cidade tranquilizada na intranquilidade das vivências que a adornam. (...) Prefácio de Dautarin da Costa.