Ela não era louca. Era mãe." Maria Custódia fugiu de um casamento violento em Minas Gerais com um pedaço de papel e um sonho. No Rio, trabalhou como doméstica, vendeu pastel, construiu um lar com lixo e teve dois filhos. Mas o sistema a rotulou: "louca". Internada por depressão pós-parto, foi separada dos filhos. Um foi criado pela tia; a outra, pela família que a ensinou a odiar a mãe. Anos depois, ao reencontrar a filha, ouviu: *"Você é pobre, maluca, indigente."* Ela caiu de joelhos. Nunca mais se levantou. Este livro é o testemunho do filho que nunca deixou de amá-la, Carlos Alberto. Com lágrimas, colheres de madeira e silêncios que gritam, ele resgata a história de uma mulher invisível: analfabeta, retirante, pobre, mas imensamente corajosa. Uma denúncia silenciosa contra o racismo, a pobreza e a violência institucional que apaga mães como ela. "Não adianta, ela não é mais minha filha." Ela não disse "não adianta" porque não a amava. Ela disse "não adianta", porque já havia feito o impossível: Enfrentou o ódio, a mentira e a manipulação. E Amou, mesmo quando o mundo a destruiu. Essas foram as palavras dela. Mas quem as escreveu? Fui eu. E agora… ela será lembrada.