O livro faz uma descrição da história da Associação de Agricultores Alternativos (AAGRA) e da construção social de sua cultura. Trata-se de uma organização fundada em 1989, por agricultores familiares dos municípios alagoanos de Palmeira dos Índios e Igaci, animados por técnicos e lideranças ligados aos movimentos de educação popular que buscavam romper com o paradigma de um ambiente onde as secas eram a base das narrativas dominantes para justificar a pobreza, a fome e a pretensiosa caridade dos políticos locais. Além disso, o grupo buscava alternativas para fugir da pressão de um modelo de agricultura que estava avançando no país, Modelo esse que degradava os recursos naturais, modificava as formas tradicionais de produção e de sociabilidade que caracterizavam as comunidades rurais da época, aspectos que colocavam em risco a autonomia e a reprodução social dos agricultores, gerando como consequência a expulsão de homens e mulheres do campo. A captura das informações empíricas para essa obra foram guiadas pelas ferramentas da etnografia, e refletidas pela biografia organizacional recomendada por Maria Tereza Fleury e pela ideia dos níveis da cultura em organizações, proposto por Edgar Schein. A descrição da AAGRA e de sua cultura levou em consideração as teorias de Gareth Morgan relacionadas a descrição das organizações como imagem ou metáfora. Diante disso, a cultura organizacional da AAGRA foi refletida a partir da imagem do imbuzeiro, planta nativa do nordeste brasileiro e que assim como a AAGRA representa a resistência, resiliência e soberania alimentar para os povos sertanejos.