Em "Na arca", Machado de Assis acompanha Noé durante a travessia que segue após o dilúvio, enquanto a família convive no espaço estreito da embarcação. Sem, Cam e Jafé, confinados à mesma rotina e às mesmas incertezas, passam a discutir a futura divisão das terras que encontrarão quando as águas baixarem, cada um defendendo para si a porção que considera mais justa.
As conversas, que começam como simples trocas entre irmãos, ganham intensidade à medida que os dias se repetem dentro da arca. Noé observa o crescimento da disputa e tenta controlar o rumo das discussões, usando a autoridade que exerce sobre os filhos para conter o avanço das tensões que se insinuam entre eles.
Enquanto conduz a arca e acompanha a inquietação dos jovens, Noé procura manter a ordem possível naquele espaço fechado, guiando a viagem que os levará ao momento em que poderão, enfim, voltar a pisar em terra firme.