É comum nas favelas ou comunidades ter apenas um chefe com muitos poderes. É mais frequente ainda, que ele tenha várias amantes e, de preferência, menores de idade. Flor, uma menina de quatorze anos que foi acompanhante do chefão, por não ficar grávida, ia ser dispensada e entregue aos subordinados para prostitui-la, mas receberia um alerta: "Se tiveres filho seja com quem for, mandarei matar todos." Justamente nesse momento, um rapaz nordestino e pintor que estava dando os últimos retoques na suíte da mansão daquele que dava as ordens. Ao ouvir isso, o rapaz propôs a troca da moça pelo valor dos serviços e, assim, foi acertado. Como os ganhos do pintor eram esporádicos, para sobreviverem, ela passou a lavar e passar roupas como trabalho. Certo dia, ao retornar com três trouxas de roupas sujas, deparou-se com uma caixa de sapatos e, ao abri-la com a ponta do pé, viu dentro dela um bebê que estava ali, nu e roxo. Por sugestão de uma cliente, o nome seria Moisés, mas ela não gostou e substituiu por Mozé. Ele foi criado com muito amor até aos nove anos, quando sua existência chegou aos ouvidos do chefão e este ordenou as sentenças de morte, menos do menino, que poderia lhe ser útil.