Não há nenhum mal em apreciar aspectos culturais de outros povos, no entanto passa a ser preocupante quando notamos que parcela substancial das gerações mais jovens o faz em detrimento de sua própria cultura. Podemos enxergar esse fenômeno claramente quando nos lembramos do nosso folclore. Embora práticas e eventos regionais são preservados diligentemente — sobretudo no Norte e no Nordeste —, tudo que compõe as lendas (mesmo as mais famosas) está se perdendo. Os adolescentes mais sabem sobre mitos gregos e até mesmo nórdicos, do que sobre a mitologia brasileira . O que é uma lástima, tendo em vista que a nossa — baseada na amálgama dos povos que as originou: europeu, indígena e africano — além de vasta é bastante peculiar, com personagens e causos com originalidade de invejar qualquer estrangeiro. Essa modesta obra surge como uma forma de mitigação desse fenômeno e valorização das nossas raízes. Um legítimo convite ao mundo folclórico brasileiro. Inicialmente aos autores, que redigiram contos, poemas e crônicas sobre as peripécias do Saci, o magnetismo e sedução do Boto cor-de-rosa e da Iara, a impetuosidade do Boitatá e do Curupira em defesa de seu habitat, entre outros. E agora ao leitor, que tem mais uma publicação disponível em circulação, que resgata mitos tão interessantes e que dizem tanto sobre nossas origens como nação e povo autodeterminado.